Primeiros Filmes

Os dois primeiros filmes a concorrer no Festival de Gramado foram o documentário Castelar e Nelson Dantas no Pais dos Generais e a ficção Uma Valsa para Bruno Stein. O primeiro, uma boa montagem dos filmes da turma de cineastas que, em Minas Geras, enfrentou a ditadura militar driblando a censura com temas eróticos que de alguma forma passavam mensagens contra o autoritarismo do regime . São dessa safra Cabaré Mineiro, Luar do Sertão e Criolo Doido, entre outros. A maior virtude do filme é despertar a vontade de assistir às produções que desfilam na tela em seqüências deliciosas. O pecado é a narrativa hermética de quem fala para seus pares. O diretor Carlos Prates é o próprio Castelar, um cineasta do período em questão. Nelson Dantas é homenageado no título pela sua inestimável participação em grande parte da cinematografia brasileira do período.
Valsa, por sua vez, é produção aqui do Rio Grande. Um filme de orçamento alto, com bela fotografia e Walmor Chagas encabeçando um elenco de mediano a fraco-fraquíssimo. É baseado num conto sobre um alemão que veio para o Brasil ainda criança e guarda no coração a dureza do pós-guerra. Ele mora com a família em uma bela casa, ao lado da olaria de onde tira o sustento e do ateliê onde comete esculturas de barro. O filho é caminhoneiro e deixa a nora sozinha por longos períodos o que, associado à solidão da velhice de Bruno Stein, faz com que sogro e nora se enamorem. Estão aí fortes elementos dramáticos para um bom desenvolvimento de trama. Não é o que acontece neste caso. Uma pena porque Walmor Chagas está em ótma forma e merecia uma oportunidade melhor para mostrar seu talento em estado de maturidade.

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