A forte identidade cultural mexicana não me surpreendeu, uma vez que, como quase todo o mundo, aprendi na escola o grau de desenvolvimento das civilizações pré´hispanicas e o quanto a herança do desenvolvimento social de Mayas e Astecas contribuiu para a formação desta identidade. Obviamente têm importância fundamental em tal fromação a cultura do colonizador espanhol, assim como a dos resistentes indígenas mexicanos. Há, inclusive, uma pitada da indole francesa, com a vinda do imperador Maximiliano e seu exercito de trinta mil homens, em meados século XIX. Naturalmente que esse processo é vivo, dinämico e reflete ainda as consequéncias do intercambio cultural, social, politico e economico mais recente entre paises da america latina, principlamente na segunda metade do seculo passado.
Toda essa gama de crenças, costumes e tradições, impostas ou não pelo elemento dominador de turno, tomadas ou cambiadas entre as nações vizinhas revela’se, de uma forma ou de outra, nas diferentes manifestações culturais e artisticas das quais a capital mexicana é prodiga.
Das expressões mais populares, a dança está em toda parte por aqui. Nos festejos da Independencia havia palcos com orquestra e cantores montados onde hovesse comemoração, oficial ou não. Numa tarde de sãbado, vi aulas de dança de salão ao ar livre. Eram vãrias classes espalhadas por entre as ãrvores e jardins de uma praça. Ao som de aparelhos do tipo mini’sistem portateis, professores e alunos ensaiavam coreografias bem elaboradas. Em formação, disciplinados senhores alunos esperavam a sua vez de dar a mão as mestras bailarinas. Eram vãrios grupos como esse espalhados pela praça, os sons se embricando ao ouvido do visitante flanador.
Fui a outros lugares de dança. Todos com musica ao vivo executada por ótimas bandas e orquestras, muitas de origem cubana: o que vem acrescentar ainda mais sabor e suingue ao programa. Alguns desses lugares são mais sofisticados, talvez com diferenças sutis dentro de um perfil cosmopolita. Nos mais autênticos e nos mais populares, pude perceber um traço comum no comportamento de homens e mulheres que me fez pensar ... aqui, cabe ao homem entreter a mulher. É dele o espetáculo. Sempre consiente no seu posto de conquista, ele se esmera nos passos, evolui faceiro sua coreografia, percebe o olhar de seus pares e estufa com satisfação o peito. Enquanto isso, a dama o acompanha na mais discreta performance. Náo chega a ser sisuda, mas apenas sorri levemente, aprovando, quando o espetaculo dele é excepcional. E o homem, por mais gabola que seja, estã sempre consciente da corte. Ela de ser cortejada. Confesso a vocês que, com excessão das porta’bandeiras, nunca vi mulheres com postura mais digna num salão, quase indiferentes.
3 comentários:
Leila,
Interessante recorte!Muito bem escrito!!
Pelo que entendi, os papéis masculino e feminino mantiveram-se a tradição aí no México.
Enquanto aqui, o cotejamento central não é mais um imperativo masculino.
bjs,
é isso, meu querido. o que acontece aqui é que a mulher não tem que divertir tanto o seu parceiro como todo o salão como no brasil. o que eu quis destacar, sem ser contundente, foi a diferençã de postura, mais favorável ás mexicanas que não precisam ser as mais bonitas, as mais gostosas, as mais exuberantes. e mais, os casais são respeitados, como de resto, todo mundo o é. ninguém olha duas vezes para o "lado" se estiver acompanhado ou olha a segunda vez para alguém acompanhado. e todos se divertem e há muita sensualidade no salão...
Breno esse recorte está na Internet, não seja tolinho querido......muito bem copiado
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