A Festa em Coyoacan

A gente não parava de chegar pelos quatro cantos de Coyoacan. Muitos jovens, muita criança pequena com pais e avos ao lado, muitos casais de namorados... todos indo em direção a praça do bairro mais brejeiro da cidade para festejar o dia da independencia e dar o Grito da Liberdade. E todos, de todas as idades, de alguma forma, traziam no corpo as cores da bandeira. Fosse na roupa, no adereço ou na cara pintada, nas mascaras ou nos chapeus, o verde-branco e vermelho estava sempre aa mostra, evidente e leve, sem arrogancia, sem exagero, mas com muito bom humor. Como de resto estavam todos naquela noite, cantando distraidos os boleros que a orquestra levava com grandiloquencia no alto do coreto armado especialmente para a ocasião.
Ao redor da praça, e nas ruas de acesso ao local, perfilava’se uma autentica quermesse, com barracas de tiro ao alvo e desafios similares, os premios os mais variados pendendo do teto, inclusive os enormes sombreiros tricolores. Havia tambem um sem numero de barracas de comida, e doces de todos os tipos formavam piramides multicoloridas nos tabuleiros salpicados por entre as outras atrações.
De todas as coisas da festa, não sei dizer o que havia de mais atraente, se as cores, os aromas os sabores... so sei que tudo isso junto me inebriou ao ponto de me fazer, aos berros, dar vivas ao Mexico, aa sua independencia, aa liberdade da nação e vivas mais eu daria, ate mesmo ao diabo se o danado ali fosse invocado. E nesse transe juvenil regressivo, trepada numa mureta, estiquei o corpo o mais que pude, ate quase cair, para ver melhor os fogos de artiificio que começavam a estourar por tras da torre da igreja.

Nenhum comentário: