Marilyn, O Mito

Fui hoje ao Museu de Arte Moderna ver a exposição de fotos de Marilyn Monroe, uma das mulheres mais desejadas de todos os tempos, um ícone de Hollywood, um mito universal... Por que uma atriz mediana conquistou títulos assim superlativos em tão breve existência (ela morreu aos 36 anos), é possível descobrir dedicando às fotografias de Bert Stern parcimoniosa atenção. Sim, não é necessário e não se deve mesmo vasculhar a Marilyn deste último ensaio, feito num hotel de Los Angeles para a revista Vogue. Basta lançar um olhar sobre a loura figura diáfana e seminua e a retina guardará renitente a impressão da própria sensualidade, transformando em concreto o que era abstrato.
De todas as fotos a minha preferida é a de Marilyn nua deitada de bruços sobre os lençóis, um braço solto pra fora da cama, o queixo apoiado na outra mão. No rosto, o eterno sorriso maroto, prenhe de ambigüidade, meio criança, meio mulher. Essa marca da diva, poderosa e sutil, de conjugar um jeito ingênuo com a malícia do olhar sincopado em fortuitas piscadelas, está registrada em todas as fotos da exposição Marilyn Monroe, o Mito, que de resto é deliciosa de ver e fica até o dia 25 de novembro no MAM. Programa imperdível para quem vai ficar o feriado na cidade.


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Pelos comentários de dois leitores no blog anterior, percebi que não dei conta do recado, ou seja, não ficou claro o que eu queria dizer: que o povo brasileiro, inclusive a maioria da população carioca, que mora fora da restrita área da zona sul, tem um otimismo exacerbado porque mesmo sendo maltratado, como foi naquela semana pelo secretário de segurança e pelo governador, não se revolta, continua a ir trabalhar todos os dias, e quase todos levando um sorriso no olhar. Lembra da sua diarista, do acessorista, do porteiro, do boy, do garagista...

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