Amigo Curitibano

Aleluia! Cai, uma chuvinha sobre o Rio de Janeiro... e molha as ruas, faz grande poças nas avenidas, lava as árvores, rega a grama... restaura, enfim, o humor do carioca que andava meio ranzinza de tanto tempo bom. É como se diz quando começa um namoro: “Tomara que dure!”

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E por falar em ranzinza, um amigo curitibano me cobrou dar mais ênfase à violência no Rio. Disse que falta espírito crítico neste blog. Disse que eu deveria ter comentado a manifestação das mil pessoas que se deitaram, sábado, na Av. Atlântica, para protestar contra as mil mortes por violência na cidade, este ano.
Meu amigo, pode ter certeza que eu me preocupo com a segurança no Rio. Porém, minha contribuição no esforço para diminuir a violência e a desigualdade social ente nós é no sentido de juntar esta Cidade Partida. E as atividades culturais que promovem a confraternização entre os moradores apartados são, no meu entender, a melhor oportunidade para dirimir preconceitos e aproximar corações e mentes.
Eu acredito, piamente, que depois de assistir a Via Sacra da Rocinha, um morador de São Conrado não vai ficar indiferente às vítimas de bala perdida naquela favela. E então, quando eles se deram as mãos numa passeata, aí sim, eu vou acreditar que vale a pena divulgar esses atos públicos.

Um comentário:

Jefferson Braga disse...

Fui criado no Nordeste, e lá não existem essas chuvas de fim de verão. Por isso, só vim entender “na pele” a música Águas de Março quando voltei para o Rio de Janeiro. Parece bobagem, mas para quem só está acostumado com uma estação no ano todo (verão), essas mudanças de estação são um charme a mais nessa cidade que está a cada dia perdendo o charme por causa da violência, que, aliás, não é só no Rio, mas em todas as grandes cidades brasileiras, inclusive no Norte. Nordeste e Centro-Oeste.
O problema é que a mídia nacional só mostra o que acontece no Sul Maravilha. Sempre trata o que acontece no Norte, Nordeste ou Centro-Oeste como “aconteceu LÁ!”. Não é “LÁ”. É “AQUI”. Aqui no Brasil.
Por isso, Leila, é que pessoas que só assistem ao Jornal Nacional vão te pedir para enfatizar a violência no Rio. Elas não sabem (ou não querem saber) que a violência aqui não é maior do que a das outras grandes cidades. Em Recife, por exemplo, é muito mais perigoso de se andar pelas ruas do que aqui no Rio de Janeiro. E falo de conhecimento de causa.