Luar sobre Varadero

Desta vez o luar foi sobre Varadero. Veio sem alarde e sem reclame, no último dia da nossa viagem a Cuba. Depois do jantar, fomos andar na beira da praia, e com o mar ondulando nossos passos, repassamos, encharcados da lua cheia, cada instante do pouco tempo que já dura nosso amor...

... assim acabaram-se as férias mais adoraveis de que me lembro. Antes de Varadero, foram quatro noites em Havana, todas regadas ao bom rum do Caribe e embaladas por rumbas e boleros que, desde sempre, fizeram a trilha sonora das minhas mais românticas fantasias.

De dia Havana é ainda melhor. Que cidade linda! Não há capital mais limpa em todo o planeta. Pelo menos não nesta parte do mundo onde não falta o demônio, como diria Clarice Lispector, para quem a Suíça era bonita mas sofria de ausência do danado.

E como são belas e imponentes as construções de palácios e prédios públicos que vão do estilo colonial espanhol ao modernista, percorrendo cinco séculos de história latino americana. E tal conjunto arquitetônico de valor inestimável é disposto em largas alamedas em meio a amplas e arborizadas praças, algumas das quais se percorre pisando cerâmica impecavelmente conservada.

Permeando a grandiosidade das avenidas com seus monumentos imperiais, republicanos e revolucionários há as típicas ruelas de sobrados singelos com varandas de serralheria rústica. Nelas, há quase sempre uma corda onde roupas coloridas tremulam ao vento em ritmo de salsa, talvez querendo mostrar com poesia como a vida simples do povo faz a grandeza de uma nação.

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