Vale Tudo

Ando meio relapsa com este blog, é verdade. Mas quem consegue render bem nesse tempo louco do Rio de Janeiro? Semana passada, mal se conseguia respirar de tão quente e abafado, veio uma epidemia de gripe e esta semana a temperatura desceu a 16 graus, com garoa e o diabo. Fala sério, ninguém pode ser muito normal num clima desses. Acho até que por conta do tropical úmido quase tudo no Rio acontece de modo tão peculiar, e surpreendente. Foi assim no domingo passado, no propalado Bailinho, no novo Mistura Fina.
O programa era pra ser quase naive; a cada semana (sempre aos domingos) duas celebridades são convidadas para dar uma de DJ na festa que começa ao pôr-do-sol do Arpoador. Uma verdadeira domingueira dançante, como as de antigamente, que se derramavam pelos clubes da cidade, do Country, em Ipanema, ao Democráticos, no Lins de Vasconcellos, na tentativa de alongar ao último segundo as possibilidades do fim de semana. E muito namoro bom começava ali, onde a esperança era renovada a cada gole de cuba-libre enquanto durasse a prorrogação.
O lugar não podia ser mais simpático; o sobrado do Barril 1800, antigo Jazz Mania, onde grandes feras da música instrumental brasileira fizeram apresentações inesquecíveis e aonde as maiores atrações do Free Jazz Festival eram levadas ao fim do seu show, no teatro do Hotel Nacional, para uma esticada na noite. Só que, tarados por música, acabavam dando longas canjas, até o povo se cansar e ir embora dizendo “Ai, não agüento mais esse tal de Wynton Marsalis", ou Herbie Hancock, ou o fera da vez. É que o carioca é assim, só faz a corte de si mesmo e a tudo se acostuma.
Não foi diferente no Bailinho. A cantora Daúde e o dramaturgo e cineasta João Falcão eram os DJs convidados e uma parte do público presente era, por sua vez, de seus convidados (eu inclusive), o que só fazia aumentar a sensação nostálgica de domingueira dançante. Tinha gente de todas as idades a partir de 25 anos e mesas de 5 e 6 casais de meia idade também. Eis que, no meio dessa inquietante normalidade, começam a aparecer mulheres em pares, e de todos os tipos, uns díspares, outros afins. Duas quarentonas magras e altas aqui. Uma senhora já bem passada com uma muito jovem acolá. Uma baixinha bem mulherzinha no seu vestido rodado dançando de mãozinha dada com uma alta de coturno e tatuagens. E duas louras quase gêmeas quase se esfregando no salão. Cruzes! Eu vi, ninguém me contou. É claro que a princípio fiquei chocada pelo inusitado e inesperado da situação. Mas, assim como a vista se acostuma ao escuro, eu me acostumei àquela novidade e senti o ambiente desobrigado e me senti mais livre e fui, sem par, dançar com minhas amigas e meus amigos. E, sabe, fiquei contente de morar no Rio de Janeiro onde vale tudo, vale o que quiser, vale inclusive dançar mulher com mulher.

4 comentários:

Unknown disse...

leila
testo bom e gostoso.sei que você e uma pessoa , MULHER com M maiúsculo multi tarefeira e multi ocupada .
mas você , seu blog e seus leitores merecem uma frequência maior bem maior .
e eu seu leitor brasileiro que vive no exterior e curte cinema e musica brasileira e que agora esta lendo p livro do nelsinho motta
NOITES E TROPICAIS e entrando na viagem , neste trip que faz parta da minha geração e do nelsinho na bacia e no rio
bjs
shlomo

Unknown disse...

leila
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bjs
shlomo

Unknown disse...

leila
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bjs
shlomo

Unknown disse...

leila
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mas você , seu blog e seus leitores merecem uma frequência maior bem maior .
e eu seu leitor brasileiro que vive no exterior e curte cinema e musica brasileira e que agora esta lendo livro do nelsinho motta
NOITES TROPICAIS e entrando na viagem , neste trip que faz parte da minha geração e do nelsinho na bahia e no rio.

shlomo